Na lota de Matosinhos a arte da pesca é celebrada diariamente. O mar, os pescadores, toda a azáfama de todas as noites e manhãs, o cheiro a peixe fresco... Neste lugar mágico sente-se verdadeiramente o amor pelo mar e a tradição centenária de Portugal.

A lota de Matosinhos situa-se a cerca de 1km de Pinhais e funciona como uma verdadeira extensão da nossa fábrica. Esta forte ligação com o mercado de peixe remonta a muitos anos atrás, quando o neto do fundador António Pinhal teve o seu primeiro emprego como comprador de sardinhas no mercado, seleccionando as melhores sardinhas, uma triagem crucial para garantir as melhores sardinhas.

 Existem dois tipos de pesca da sardinha - o "acejo" e o "alvor". A primeira expressão refere-se à pesca nocturna e a segunda à última pesca antes do regresso ao mercado. Naquele tempo, a forma de se certificar que tipo de pesca tinha sido efectuada era atirar a sardinha a uma tábua de madeira. Se não saltasse, não era uma sardinha aceitável para uma conserva de Pinhais, pois tinha sido pescada há muito tempo. Esta técnica foi ensinada a António Pinhal por Carlos Amorim, um antigo comprador dos Pinhais que tinha um lugar permanente no mercado do peixe e era muito apreciado por todos.

Um dos grandes segredos do sabor das nossas conservas começa aqui: selecionar e comprar apenas o melhor e mais fresco peixe. Os pescadores saem para o mar à noite e chegam à lota de madrugada. É por isso que todas as manhãs, bem cedo, temos dois dos nossos experientes trabalhadores à espera que os barcos cheguem - o leilão está prestes a começar! Dona Emília e Dona Paula aprenderam com o tempo e a experiência dos compradores de antigamente a arte de escolher as melhores sardinhas. Durante o leilão, Pinhais tem sempre em mente pagar ao pescador um preço justo, nunca deixando o preço cair ao ponto de ser impossível para os barcos voltarem ao mar.

Após a seleção e compra, os cestos de sardinhas são rapidamente transportados para a fábrica de Pinhais para que a nossa equipa possa começar a cortar o peixe o mais cedo possível. Este é um momento de verdadeira festa; cada vez que a sardinha fresca chega, é motivo de orgulho e alegria para todos. O que conseguirmos produzir durante a época da sardinha é o que teremos para vender durante todo o ano. As conservas são deixadas a maturar nos nossos armazéns e não são vendidas imediatamente após serem enlatadas.

A frescura do peixe, as nossas receitas caseiras e secretas aperfeiçoadas ao longo de gerações, os pequenos pormenores só conhecidos pelos nossos trabalhadores após décadas de manuseamento da sardinha, fazem de todo este processo um ritual de pura magia. Desde a captura do peixe até ao seu corte, passando pela colocação nas latas e o embrulho manual, esta é uma verdadeira tradição única que transporta o amor e a dedicação da nossa família